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FERTILIDADE NA MEDICINA CHINESA


Acupuntura aumenta em 52% suas chances de engravidar

Primeiramente, gostaria de chamar a atenção para a toma de anticoncepcionais, que há algumas décadas vêm alterando a vida das mulheres, em alguns aspectos positivamente, pois permitiu uma emancipação em que engravidar ou não passou a estar sob o controle de cada uma; no entanto, muitas mulheres, quando optam por deixar de tomar seus contraceptivos hormonais, deparam-se com um cenário complicado em termos ginecológicos e da sua fertilidade. Não existe apenas uma razão para que isto aconteça; como todas as questões que envolvem a saúde, cada caso é um caso e cada mulher deve ser observada e um diagnóstico holístico deverá ser feito para compreender o porquê desse mau funcionamento reprodutivo.

O corpo é um organismo inteligente e responderá ao meio de acordo com as ferramentas que tem; por exemplo, é frequente encontrarmos situações de amenorreia (ausência de menstruação) em mulheres que estão abaixo de seu peso; neste caso, o corpo, por estar debilitado em termos nutricionais, opta por não libertar o sangue da menstruação pois este está em falta (o sangue é produzido e nutrido consoante a qualidade da nossa alimentação),o sangue que em situações saudáveis iria para a menstruação está sendo necessário para manter as estruturas do corpo em funcionamento e, dessa maneira, a mulher é poupada do desgaste que ocorre durante a menstruação. Neste exemplo específico, é também relevante referir que as condições de fertilidade estão também reduzidas, pois a nutrição que seria necessária para a gestação está consequentemente debilitada.

Seguindo esta lógica, podemos compreender que forçar uma mulher a ter a menstruação através de uma pilula não será do interesse da integridade fisiológica e não me refiro apenas a estados de carência nutricional, pois, ao promovermos uma menstruação, estaremos sempre gerando um déficit sanguíneo, a que os chineses chamam de deficiência de sangue, que toda a mulher, de uma maneira geral, manifesta depois da menstruação, mas, se equilibrada, o seu corpo irá desencadear os mecanismo de compensação necessários. No entanto, caso este padrão se prolongue por um largo período, ele poderá levar a sérios casos de infertilidade.

Mais uma vez, repito que cada caso é um caso e é necessário enquadrar cada pessoa para definir qual o tratamento mais indicado. A pilula é receitada amplamente pelos ginecologistas que entendem que todas as mulheres devem ter um ciclo menstrual regular e continuado e, através dos hormônios presentes nesse comprimido, o corpo é induzido a respeitar os parâmetros que foram estipulados mecanicamente, sem que para isso tenha havido uma real compreensão da causa que gerou a irregularidade em questão.

Além de outras consequências, isto gera uma preguiça hormonal no organismo e, quando a pílula é descontinuada, o corpo entra em crise, pois, de repente, toda uma “maquinaria” que estava sendo “levada ao colo” tem que colocar as suas engrenagens novamente em movimento e, nesse momento, poderão se manifestar uma série de dificuldades, sendo que, depois de descontinuado o estimulo hormonal, serão necessários no mínimo 6 meses a 1 ano até que o corpo esteja funcionando normalmente, o que irá variar muitas vezes de acordo com o tempo a que a mulher se sujeitou à toma da pílula.

Além do padrão de deficiência de sangue, a infertilidade pode se encaixar em outros padrões, como o de frio no útero, que pode ser causado por algum fator externo forte e/ou continuado, como a exposição aos ares condicionados ou o hábitos de andar descalça ou sentar-se em pedras frias, tornando o útero um lugar inóspito para o desenvolvimento embrionário.

O padrão de fleuma e/ou mucosidade geralmente está presente quando se encontram quistos no aparelho reprodutor ou associados a quadros de obesidade, impedindo uma correta nutrição e desintoxicação do organismo. As principais causas de mucosidade são o consumo de laticínios, açúcar, alimentos processados e falta de exercício. O padrão de calor poderá, por exemplo, dificultar a fixação de um óvulo fecundado, pois gera uma hiper estimulação do organismo, geralmente caracterizada por hemorragias profusas de cor vermelha forte. O padrão de estagnação de energia que está intimamente relacionado com o livre fluir das emoções e do sangue pode bloquear o processo de uma concepção saudável.

Todos estes padrões podem ser corretamente identificáveis através da análise da menstruação, a quantidade de menstruação, o tempo do ciclo e de duração da menstruação, a presença ou ausência de coágulos, a presença ou ausência de dor, sintomas de TPM e outros sinais e sintomas gerais do corpo. Esta caracterização da menstruação só poderá ser válida caso a paciente não esteja tomando anticoncepcional, pois este camufla os processos fisiológicos que ocorreriam naturalmente; neste caso, é tomada como referência a menstruação antes da toma da pílula.

Todos já escutamos histórias de como algumas mulheres só conseguem engravidar quando desistem de fazê-lo ou quando entram de férias. Isto é um forte indício de que as emoções equilibradas são decisivas na concepção e, por isso, gostaria de chamar a atenção de todas e todos para o contato interior que cada mulher deve desenvolver com o seu lado feminino e nutritivo.

Numa sociedade masculinizada, muitas de nós deixamos de lado o cuidado e respeito por nossa essência feminina, muitas vezes nos desrespeitamos ou nos reprimimos em função de um modelo externo que não promove a harmonia necessária ao surgimento da vida. Essa busca pelo contato com aquilo que de mais íntimo temos, a nossa relação com nosso útero, com a nossa sexualidade e com a energia de nutrição para conosco e para com o meio que nos envolve é fundamental para que essa fecundidade se expresse. A menstruação é um processo de limpeza do organismo que permite à mulher expulsar o seu corpo de toxinas físicas e emocionais acumuladas; ela é uma dádiva concedida às mulheres, a expressão da essência feminina e, por isso, é vital que ela seja acarinhada e festejada.

O relacionamento sexual do casal é outro ponto a ser tido em conta, além de algumas incompatibilidades químicas que impossibilitem a fecundação do óvulo (muitas vezes, o espermatozoide é morto ao entrar no meio biológico da mulher que ou tem um meio demasiado ácido ou liberta anticorpos contra os “invasores”) poderão existir também casos de bloqueios sexuais, tanto do homem como da mulher que, por algum trauma que carreguem, torna-os indisponíveis no momento do ato sexual, dificultando a fecundação de qualquer óvulo. O excesso de atividade sexual poderá desgastar o aparelho reprodutor, que deverá ser poupado para os momentos de ovulação da mulher.

Para qualquer casal que queira engravidar, é preciso ter em mente que a vitalidade de um bebê irá depender do estado da qualidade da energia dada pelos pais no momento da concepção, logo, certas medidas nutricionais e de estilo de vida deverão entrar em vigor antes que a própria concepção aconteça e, claro, durante a gravidez e depois do parto.

Por tudo aquilo que referi anteriormente, e algo mais que me possa ter escapado, aconselho a todos os casais que se encontram numa situação de dificuldade de concepção, que, antes de partirem para meios mais drásticos, procurem primeiro aquilo que a medicina natural, nos seus vários formatos, tem para oferecer e, claro, mantenham sempre o seu sorriso interior; ele lhe trará muitos benefícios.

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